GESTÃO DO CONHECIMENTO E O DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL (Knowledge Management)
A Gesão do Conhecimento e o
Desenvolvimento Empresarial grande destaque no ambiente organizacional, pois,
sem sombra de dúvida, uma das grandes vantagens competitivas é o capital
intelectual. A velocidade das mudanças, o avanço tecnológico, concorrência
acirrada, clientes cada vez mais exigentes, são realidades que fazem com que as
organizações tenham que dar respostas inovadoras para se manterem firmes na crista
da onda.
Diante desse cenário, a gestão do
conhecimento (GC) se torna um valioso recurso estratégico para o
desenvolvimento das empresas, um fator indispensável para a sustentabilidade
das organizações. A gestão do conhecimento é uma prática estruturada que
estimula a inovação, com foco na geração de resultados. De acordo com Davenport
e Prusak, no livro “Conhecimento Empresarial: Como As Organizações Gerenciam o
Seu Capital Intelecutal”, a GC passa por três pilares: criação, disseminação e
utilização de conhecimentos.
Através da GC, os colaboradores são
incentivados a compartilhar aquilo que sabem, mas, também, incentivados a buscarem
novos conhecimentos para que toda experiência apreendida possa ser acessada por
todos a fim de melhorar a produtividade. A gestão do conhecimento teve sua
origem no conceito inglês KM (Knowledge Management), que significa a criação de
processos que gerem, armazenem e gerenciem os conhecimentos na organização.
Aplicar a gestão do conhecimento na empresa, vai contribuir para superar
qualquer ameaça, seja uma crise ou concorrência. Por esse motivo, é comum
observar que empresas já estão se preocupando cada vez mais em investir na
educação corporativa.
VANTAGENS DA GESTÃO
DO CONHECIMENTO
Estar à frente concorrência;
Melhoria na qualidade da prestação de serviços;
Diminuição de “re-serviços”, reduzindo custos e desenvolvendo melhores
produtos;
Otimização dos processos internos, agilidade e fluidez;
Antever as mudanças.
APLICAÇÃO DA GESTÃO
DO CONHECIMENTO
Não existe uma abordagem única, ou
uma “receita” para aplicação da GC na organização. Vale lembrar que a GC deve
contribuir para que a empresa atinja seus objetivos estratégicos, então, pode
variar de empresa para empresa. Para evitarmos muitos conceitos, vejamos a
seguir alguns exemplos práticos que algumas empresas desenvolvem em seus
projetos de GC:
Juntar as melhores práticas.
Recentemente, uma palestra em um seminário de uma indústria de alimentos. Essa
empresa se preocupou em envolver os colaboradores na criação de algumas
soluções, com objetivo de melhorar os produtos e reduzir a reclamação de
clientes. Fiquei surpreso, pois no seminário vários grupos apresentaram as
soluções, as quais foram aplicadas por um período dentro da fábrica. Os grupos
mensuraram os resultados, usando indicadores e pesquisas. Com isso, criaram um
novo conhecimento, padronizando e melhorando os processos. O resultado foi
fantástico, houve redução significativa das reclamações dos clientes e
diminuição de despesas na produção. E o mais interessante, as soluções foram
criadas a partir da experiência e criatividade dos próprios colaboradores.
Variação de atividades ou “job
rotation”. Isso significa conduzir o colaborador a adquirir novas experiências,
atuando por um período em outros setores ou cargos. Essa prática impede a
famosa “zona de conforto” e faz com que o colaborador aprenda coisas novas.
Investir em treinamentos continuados
que agreguem informações que possam ser transformadas em conhecimentos, mas, a
capacitação tem que estar alinhada com os objetivos da empresa.
Programa de desenvolvimento
gerencial. Algumas empresas não encontram no mercado um gerente que tenha uma
formação direcionada para o seu modelo de negócio. Veja o exemplo de um de
nossos clientes, uma rede de supermercados, que criou um programa para formar
futuros gerentes de lojas, preparando-os para que sejam especialistas conforme
os procedimentos de gestão da empresa. Os colaboradores que recebem a formação
são selecionados de acordo com alguns critérios, um deles, devem atuar há
vários anos na empresa e possuírem experiência dentro do setor supermercadista.
A formação é dada por vários colaboradores internos que se tornaram
especialistas no que fazem, por exemplo, controle de qualidade e perecíveis,
gestão de estoque, comunicação visual e etc.
Infelizmente, existem alguns entraves
que impedem a aplicação da GC nas empresas. Um deles é àquele gerente ou
empresário que ainda pensa assim: “Não vou treinar meu colaborador, depois ele
sai da empresa e leva tudo que o aprendeu para a concorrência”. Se você é um
gestor e pensa assim, mude já. É melhor correr o risco de treinar os
colaboradores, mesmo sabendo que eles podem ir para a concorrência do que nunca
treinar e ter funcionários medíocres sempre trabalhando em sua empresa. Para
que a GC seja um fator determinante para o crescimento empresarial, o R.H. e a
área de T.I. podem atuar como facilitadores nesse processo, contribuindo para
que os gestores das diversas áreas e suas equipes disseminem e incorporem o
conhecimento. Existem empresas que possuem excelentes gestores de negócios,
mas, na maioria das vezes eles não são bons em gestão de pessoas e muito menos
na disseminação do conhecimento. Nesse caso, o R.H. pode ajudar a construir o
conhecimento dentro da organização. Quanto a área de tecnologia, ela deverá
servir de suporte à GC, atuando como coadjuvante, aliando o conhecimento humano
com a velocidade.
Portanto, as empresas de sucesso já
sabem que não dá mais para se manterem competitivas sem ações efetivas que
criam e integram o conhecimento para todos os níveis da organização. É preciso
que os líderes envolvam as pessoas para que ninguém fique guardando o
conhecimento na “gaveta”. Conhecimento precisa ser transformado em resultados e
para isso, é preciso definir com clareza quais são os objetivos da
organização e utilizar a GC com uma poderosa ferramenta que contribuirá para
que a empresa seja melhor a cada dia...
Felippe Victorino Ribeiro
517643